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sábado, agosto 28, 2010

Vexille/Bekushiro: 2077 Nihon sakoku - ベクシル 2077日本鎖国(2007)

Capa

Origem: Japão

Duração aproximada: 109 minutos

Realizador: Fumihiko Sori

Vozes das personagens principais (versão japonesa): Meisa Kuroki (Vexille), Shosuke Tanihara (Leon), Yasuko Matsuyuki (Maria), Takaya Kuroda (Zak), Tetsuya Kakihara (Taro), Toshiyuki Morikawa (Kisaragi), Akio Otsuka (Saito), Romi Park (Takashi), Takahiro Sakurai (Ryo), Takayuki Sugo (Capitão Borg), Kenji Takahashi (Saga), Jiro Saito (Presidente Itakura)

Vexille 2

Vexille Serra”

Sinopse

Num futuro algo distante, em 2067, o uso exagerado da robótica para múltiplos fins, causa preocupação na comunidade mundial. Com receio que a tecnologia seja usada para pôr em causa a própria identidade do ser humano, as Nações Unidas emanam uma resolução que proíbe a produção de andróides. Todos os países do mundo concordam e aderem, com a excepção de um: o Japão. Controlado pela poderosíssima multinacional “Daiwa Corporation”, o país do sol nascente vota-se a um isolamento total do resto do mundo, sendo todos os estrangeiros expulsos do país, e os demais impedidos de entrar.

Zak e Leon

Zak e Leon, dois elementos da S.W.O.R.D.”

Dez anos depois, em 2077, a organização conhecida como “S.W.O.R.D.” , encontra-se encarregue de fiscalizar o cumprimento da resolução das Nações Unidas. Desconfiados de uma grande conspiração internacional, levada a cabo pela “Daiwa Corporation”, que ameaça os próprios Estados Unidos da América, é levada a cabo uma missão praticamente suicida: penetrar no território do Japão e descobrir o que passa no interior do país. Uma equipa da “S.W.O.R.D.” é recrutada, onde o único elemento feminino é “Vexille Serra”, uma reputada agente. Quando finalmente conseguem entrar no Japão, é-se-lhes deparada uma realidade surpreendente e descobrem que o que está em causa é bem mais grave do que se suspeitava.

Vexille

Maria”

“Review”

Confesso que não tinha grandes expectativas relativamente a este “Vexille”, um anime que reúne a maioria da equipa que criou o bem sucedido “Appleseed”. Mas felizmente enganei-me, e esta película acabou por se revelar uma agradável surpresa aos meus olhos, e não só. Tendo a sua estreia mundial sido no Festival Internacional de Cinema de Locarno, Suíça, estamos perante um “thriller” de ficção científica, que expõe um futuro nada agradável para a humanidade, dotado de um verdadeiro pendor apocalíptico. O que é no mínimo curioso acerca do argumento, passa pelo facto de, apesar de estarmos a falar de um “blockbuster” da animação nipónica, o filme não se coibir de criticar abundantemente o país do sol nascente, numa altura em que muitos apontam um nacionalismo crescente na cinematografia asiática em geral e na japonesa em particular. Aqui o Japão é visto como o mau da fita, com heróis norte-americanos (ou melhor, uma heroína) a serem chamados para pôr cobro à situação. Isto não é necessariamente positivo, e até pode ser tributário de algum servilismo, mas o que importa agora aqui relevar é efectivamente a abordagem pouco convencional. Apesar de o filme sobreviver muito à custa de alguma acção exposta de uma forma feliz, e de uma animação que tem momentos excelentes (outros, nem por isso), o realizador Fumihiko Sori não tem pejo em atacar explicitamente algum nacionalismo exacerbado do seu país. É profusamente questionada a natureza humana, e as atitudes que tomamos que põem em causa o nosso próprio futuro, muitas vezes provocados por uma ambição e cobiça sem limites.

Saito e os seus apaniguados

Saito, o homem de mão da Daiwa, e os seus apaniguados”

A animação tem pontos altos que nos estarrecem, e outros que não acompanham aqueles assim tão bem. Mesmo assim, no geral a apreciação terá de ser francamente positiva. As personagens têm uma expressividade muito autêntica, os fundos e as paisagens são, regra geral, muito bonitos e as cenas de acção bem urdidas. Neste último item, destacaria a perseguição no deserto, onde os “Jags”, monstros de metal que se assemelham aos vermes da areia de “Dune”, tentam alcançar “Vexille” e os seus companheiros. Cabe ainda referir que o desenho dos robôs (“mecha”) e das armaduras dos soldados da “S.W.O.R.D.”, uma espécie de exo-esqueleto de combate, está muito bem feito, conseguindo mesmo impressionar. Por sua vez, a banda-sonora constitui, sem margem para qualquer duvida, um dos itens mais fortes de “Vexille”. E ninguém poderá sequer ousar discutir que um dos momentos altos do filme é um extracto da fenomenal música dos Dead Can Dance, “The Host of Seraphim”, que serve para acentuar ainda mais a tristeza de uma morte, e que simplesmente gela-nos os sentidos.

“Vexille” acabaria por se revelar um sucesso, não apenas dentro de portas, mas também a nível internacional. Nos Estados Unidos, por exemplo, a venda da sua edição em dvd ultrapassou as 350.000 cópias. Significativo, sem dúvida. Efectivamente estamos perante um produto interessante da animação japonesa, com alguns aspectos bastante originais que irão agradar àqueles que se dignarem a visioná-lo. Não sendo uma obra que possamos classificar de “eterna”, mesmo assim honra a brilhante cena de animação do seu pais de origem. Imperdível para os fãs de “anime”, que prezam os “mecha” e a ficção científica, aliada a um argumento mais elaborado, embora com alguns vazios. Os restantes, não perderão nada em conferir.

Aconselhável!

Monstros do deserto

Jags”

imdb 7.1 em 10 (2.923 votos) em 28 de Agosto de 2010

Outras críticas em português:

  1. Um dia fui ao cinema
  2. O blog do Osvaldo
  3. Lenox weblog

Avaliação:

Entretenimento – 8

Animação – 8

Argumento – 8

Banda-sonora – 9

Emotividade – 8

Mérito artístico – 8

Gosto pessoal do “M.A.M.” – 7

Classificação final: 8

Beldades da Cultura Asiática - Ankie Beilke







Mais informações acerca desta bela actriz de Hong Kong, nascida na Alemanha, AQUI.


domingo, agosto 22, 2010

Fist of Legend/Jing wu ying xiong – 精武英雄 (1994)

Capa 2

Origem: Hong Kong

Duração aproximada: 103 minutos

Realizador: Gordon Chan

Com: Jet Li, Shinobu Nakayama, Chin Siu Hou, Billy Chow, Yasuaki Kurata, Paul Chun, Jackson Liu, Ada Choi, Yuen Cheung Yan, Toshimichi Takahashi, Kenji Tanigaki, Wong Sun, Lee Man Biu

Chen Zhen 4

“Chen Zhen”

Sinopse

“Chen Zhen” (Jet Li), é um estudante de engenharia chinês, que se encontra a tirar a sua licenciatura no Japão, onde mantém um relacionamento com “Mitsuko Yamada” (Shinobu Nakayama) e luta contra as discriminações xenófobas que o clã do dragão negro leva a cabo contra os imigrantes e estrangeiros. No ano de 1937, “Chen” retorna a Xangai, um protectorado britânico, mas que na realidade se encontra ocupado pelos japoneses, tendo em vista vingar a morte do seu mestre “Huo Yuanjia” às mãos de “Ryuchi Akutagawa” (Jackson Liu), o campeão dos opressores.

Mitsuko Yamada

Mitsuko Yamada”

Após lutar e derrotar “Akutagawa”, “Chen” desconfia do sucedido, atendendo a que o seu oponente nunca teria capacidades para derrotar “Huo Yuanjia”. Após algumas investigações, “Chen” conclui que o seu mestre foi alvo de envenenamento o que lhe retirou faculdades durante o combate. Ferido na sua honra, e pugnando pela defesa do nome da escola “Chin woo”, “Chen” parte numa cruzada de retaliação, que culmina no desafio ao general “Fujita” (Billy Chow), o líder da conspiração e um temível combatente e assassino.

Luta 5

Chen Zhen dá uma lição aos japoneses do clã do dragão negro”

Review”

Qualquer fã do cinema de artes marciais, sabe perfeitamente que “Fist of Legend” é uma obra incontornável, sendo para muitos considerado o melhor filme de sempre do género. Tendo por inspiração “Fist of Fury”, protagonizado pelo malogrado e lendário Bruce Lee, e apesar de não ser um grande cultor das películas deste estilo, penso que no que toca às longas-metragens dos anos '90, “Fist of Legend” provavelmente estará no mais elevado grau do pedestal, a par de “Drunken Master II”. Aqui Jet Li interpreta “Chen Zhen”, o mais conhecido discípulo da lenda “Huo Yuanjia”, um herói popular e co-fundador da “Associação Internacional de Chin woo”, uma escola de artes marciais que presentemente possui mais de 50 delegações espalhadas por todo o mundo. O curioso é que Jet Li viria a interpretar 12 anos depois, a personagem de “Huo Yuanjia”, no aclamado “Fearless”, de Ronny Yu.

Apesar das premissas presentes em “Fist of Legend”, esta película não seria considerada um “remake” oficial de “Fist of Fury”, atendendo a que os direitos pertencentes à conhecida “Golden Harvest”, não foram adquiridos pela “Eastern Productions”, a produtora do filme mais recente. Contudo, o argumento de “Fist of Legend” é marcadamente inspirado pelo de “Fist of Fury”, com ressalva de algumas excepções que servem para dar uma identidade mais própria. Um dos aspectos mencionados, e que merecem aqui algum destaque, é a personagem de Yasuaki Kurata, um dos maiores nomes dos filmes de artes marciais, que serve para dar um brilho mais incandescente a esta obra. “Fuimo Funakoshi”, o mestre de artes marciais interpretado por Kurata, é uma personagem que não existia em “Fist of Fury”. Em “Fist of Legend”, o realizador Gordon Chan tem o mérito de usar, de forma eficiente, a moral envolta em “Funakoshi”, de forma a que possamos entender que existe uma diferença muito grande entre o militarismo do Império do Japão que grassou nas décadas de '30 e '40, em oposição aos honrados mestres de artes marciais que mais do que nacionalismos exacerbados, defendiam a pureza de espírito e o respeito pelo próximo no combate. Acresce o facto de ser sempre um prazer termos a oportunidade de vermos grandes nomes das artes marciais exibirem os seus dotes um contra o outro, como é o caso de um combate efectuado entre Jet Li e Yasuaki Kurata. Independentemente da valia técnica e física dos protagonistas, a luta em causa prima igualmente pelo diálogo construtivo entre dois lutadores de gerações diferentes, em que Kurata dá uma lição moral a Li, tentando apontar-lhe o caminho e verdadeiro significado do espectro que deve nortear o facto de se ser um praticante de artes marciais.

Luta 8

“Chen Zhen luta contra o seu amigo Hou Ting Han”

As cenas de luta são, à falta de melhor adjectivo, impressionantes! E mantêm a sua actualidade, mesmo hoje em dia, ou seja não envelheceram nem foram ultrapassadas. O conhecidíssimo Yuen Woo Ping efectua um trabalho maravilhoso na direcção das cenas de acção, onde muito contribuirá o facto de ter à sua disposição excelentes executantes do género. Os momentos memoráveis de luta são imensos e farão as delícias dos espectadores, pois golpes de antologia não faltarão, evidenciando um Jet Li na melhor forma da sua carreira. Pense-se nos inesquecíveis momentos em que “Chen Zhen” entra autoritário pelo “dojo” do clã do dragão negro, e dá uma valente tareia nos japoneses, ou no combate a dois entre “Chen Zhen” e o seu amigo/rival “Hou Ting An”, exponenciado ainda mais espectacularmente na luta já acima mencionada com Kurata. Se alguma crítica existe a fazer, ainda que muito leve, será o facto de o digladiar final entre “Chen Zhen” e o temível general “Fujita” ter ficado um pouco aquém das expectativas, quando já vínhamos detrás com uma rodagem impressionante de pontapés, socos e acrobacias miraculosas.

Embora a película viva essencialmente do desfilar das impressionantes demonstrações de artes marciais, existe um cuidado mínimo em expor o espectro histórico e cultural da China em geral, e de Xangai em particular, onde os japoneses obtêm a predominância no domínio de um país estrangeiro, com todos os antagonismos daí advenientes. E este aspecto é bastante de elogiar, atendendo a que existem outras películas do género que desprezam completamente o pano de fundo que lhes serve de base, ficando a perder claramente por descurarem o manancial sócio-cultural subjacente. Por outra via, haverá à partida um sentimento nacionalista presente em “Fist of Legend”, que visa reagir contra a ocupação japonesa e sublimar as artes marciais chinesas perante as provenientes do país do sol nascente. Mas teremos de ser sinceros e reconhecer que os nipónicos não são todos reportados como maus. Desta vez, podemos nos aperceber que é salvaguardada a noção de terem honra, mesmo nas situações de maior “frisson”. Pense-se que “Chen Zhen”, o herói da trama, está apaixonado por uma bondosa mulher japonesa, o embaixador deste país é visto como uma pessoa equilibrada, a personagem interpretada pela lenda Yasuaki Kurata é um modelo de mestre de artes marciais e até “Akutagawa”, o combatente que mata o mestre de “Chen Zhen”, tem demonstrações óbvias de ser um homem justo e honrado. A excepção vai para o general “Fujita”, mas que é compreensível, pois é o vilão da história e o alvo a abater.

“Fist of Legend” ficará para sempre conhecido como uma das obras mais marcantes do cinema de Hong Kong em geral, e dos filmes de artes marciais em particular. Possui um Jet Li memorável e um Kurata que deslumbra apenas com a sua presença, uma história propícia para o que se pretende do género “aluno vinga mestre”, uma banda-sonora adequada, e mais alguns aspectos laterais que preenchem aquelas pequenas frestas que muitas vezes ficam esquecidas. O que é que se pode pedir mais: que apareçam novas obras que mereçam honrar a herança desta longa-metragem.

Um “must” do cinema de artes marciais! Obrigatório!

Luta 7

Chen Zhen Vs. General Fujita”

imdb 7.5 em 10 (7.467 votos) em 22 de Agosto de 2010

Outras críticas em português:

  1. Cinedie Asia

Avaliação:

Entretenimento – 9

Interpretação – 7

Argumento – 7

Banda-sonora – 8

Guarda-roupa e adereços – 8

Emotividade – 9

Mérito artístico – 9

Gosto pessoal do “M.A.M.” – 8

Classificação final: 8,13

Beldades da Cultura Asiática - Bae Min-hee











Mais informações sobre esta deslumbrante actriz sul-coreana, AQUI.












sábado, agosto 21, 2010

Crying Out Love, in the Centre of the World/Sekai no chûsin de, ai o sakebu – 世界の中心で、愛をさけぶ (2004)

Capa

Origem: Japão

Duração aproximada: 138 minutos

Realizador: Isao Yukisada

Com: Takao Osawa, Kou Shibasaki, Masami Nagasawa, Mirai Moriyama, Tsutomu Yamazaki, Kankuro Kudô, Kanji Tsuda, Issei Takahashi, Rio Kanno, Tetta Sugimoto, Katsutaka Furuhata

6

Sakutaro Matsumoto Aka Saku”

Sinopse

“Sakutaro Matsumoto” (Takao Osawa) encontra-se noivo de “Ritsuko Fujimura” (Kou Shibasaki), sendo os dois um casal normal que parece viver em felicidade. Contudo, tudo se altera quando “Ritsuko” encontra uma antiga cassete e ouve uma voz de uma rapariga triste, com uma mensagem trágica. Desfeita em lágrimas, “Ritsuko” abandona “Sakutaro”, sem qualquer explicação aparente. O homem descobre o sítio para onde a noiva se dirigiu, e partindo para lá, memórias dolorosas de adolescência retornam à sua mente.

3

Ritsuko”

Recuando dezassete anos, mais propriamente a 1986, um jovem “Sakutaro” (Mirai Moriyama), a quem todos tratam por “Saku”, encontra-se embevecido por “Aki Hirose” (Masami Nasagawa), a jovem mais popular do liceu, linda, radiosa e com uma personalidade brilhante. Os jovens acabam por encetar um relacionamento, mas um desentendimento faz com que os namorados comecem a expressar os seus sentimentos através da troca de cassetes. A vida de ambos sofre um golpe impiedoso, quando é diagnosticado leucemia a “Aki”. Tendo consciência que a sua vida está por meses, “Saku” faz uma promessa a “Aki”: leva-la a Uluru, um lugar sagrado na Austrália, a que a rapariga reputa de “centro do mundo”.

2

Aki Hirose”

Review”

Quando alguém morre, o amor também falece? Desde já avanço com a minha opinião, que é naturalmente no sentido negativo. Muitas vezes quando perdemos alguém, tal facto só serve para exponenciar ainda mais o sentimento que nutrimos, seja pela falta, ou pela simples razão de, infelizmente, só valorizarmos as pessoas ou as coisas quando já não as temos mais. “Crying Out Love (...)” foca-se muito nesta premissa, teorizando acerca dos efeitos condicionantes que a perda de um amor adolescente, normalmente mais puro e singelo, poderá ter na vida de um homem, mesmo que tenham decorridos muitos anos. Tendo sido um filme bem sucedido na terra-natal, “Crying Out Love (...)” é baseado no igualmente reputado romance de Kyoichi Katayama, um “bestseller” nipónico, que viria igualmente a dar origem a uma série de televisão.

Apostando na profusamente usada técnica narrativa de “flashbacks”, não é complicado entender a razão pela qual “Crying Out Love (...)” obteve tanto êxito nas bilheteiras das salas do país do sol nascente. Apesar de ser mais apelativo para os fãs do melodrama, poder-se-á afirmar com alguma propriedade que esta película dirige-se a todos os amantes de cinema, sem excepção. Trata-se de uma longa-metragem que foge ao comum dos dramas, pelo facto de assentar numa exposição honesta de sentimentos, que redundam num turbilhão imenso de sensações, que não deixará ninguém indiferente. Embora tenha de se reconhecer que a trama não prima assim tanto pela originalidade, até porque desemboca no tema tão caro aos orientais que é o da doença terminal, a história é bastante enternecedora e é um claro ganhador no campo do trágico e do fatalista. Igualmente não se poderá negar que alguns excessos dramáticos são intencionalmente, e até deslealmente cometidos, mas a pureza com que tudo é explanado , faz-nos desculpar alguma “lamechice” encomendada.

9

Tempos de felicidade”

Takao Osawa, um actor que pertence à elite dos intérpretes nipónicos, oferece-nos mais uma actuação de bom nível, sendo bem secundado pela igualmente conhecida Kou Shibasaki. Não se duvide, contudo, que a alma desta película reside na representação dos actores a quem incumbe dar corpo aos adolescentes enamorados. Mirai Moriyama sai-se bem no papel do jovem “Saku”, seja nas partes ditas mais cómicas, mas principalmente no romance, onde tem de exteriorizar a sua paixão sonhadora, que julga ser forte o suficiente para vencer todos os desafios e barreiras que se lhe deparam. A revelação Masami Nagasawa é quem brilha mais no firmamento, personificando “Aki”, o eterno amor de “Saku”. Nagasawa é adorável, bonita e usa estes predicados de uma forma bastante inteligente, destilando “glamour” e uma graça muito própria que nos conquista quase de imediato.

Com uma banda-sonora de uma qualidade inolvidável, “Crying Out Love (...)” é um excelente exemplo do melhor que o drama japonês tem para oferecer. Celebra a beleza da juventude, e endeusa justamente um aspecto que fica sempre no coração de todos: o primeiro grande amor. Por outra via, “Crying Out Love (...)” não se resume apenas à nostalgia, mas sub-repticiamente passa a mensagem que, mesmo na maior tristeza que nos assole, é sempre possível começar de novo, mesmo que nos relembremos com um sorriso na boca, ou uma lágrima no canto do olho, daquela pessoa ou daquele momento que nos marcará para sempre.Excessivo? Talvez, mas não nos importamos mesmo nada. De vez em quando, até sabe bem fazer a figura de um suposto tolo sentimental.

Cabe apenas concluir que estamos perante um romance memorável e poderoso e, por esta razão, só me resta aconselhar vivamente o visionamento desta longa-metragem de eleição. Definitivamente a não perder!

5

Um significativo entrelaçar de mãos”

imdb 7.3 em 10 (1.195 votos) em 21 de Agosto de 2010

Avaliação:

Entretenimento – 8

Interpretação – 8

Argumento – 7

Banda-sonora – 9

Guarda-roupa e adereços – 7

Emotividade – 10

Mérito artístico – 8

Gosto pessoal do “M.A.M.” – 8

Classificação final: 8,13

Beldades da Cultura Asiática - Bae Jin-ah






Mais informações sobre esta bela actriz sul-coreana, AQUI.



quarta-feira, agosto 11, 2010

Besouro (2009)

Capa

Origem: Brasil

Duração aproximada: 95 minutos

Realizador: João Daniel Tikhomiroff

Com: Aílton Carmo, Anderson Santos de Jesus, Jéssica Barbosa, Flávio Rocha, Irandhir Santos, Macalé, Leno Sacramento, Chris Vianna, Sérgio Laurentino, Adriana Alves

Cunho da Ásia

“Besouro” encontra-se incluído na rubrica deste blogue denominada “Cunho da Ásia”. Apesar de o coreógrafo ser Huan Chiu Ku, conhecido pelo seu trabalho em “Kill Bill” e em muitas películas de Hong Kong, ser o responsável pelas cenas de acção, na realidade o filme constante neste “post” não tem nenhuma relação com o continente asiático. Contudo, e atendendo a que as artes marciais não se resumem apenas aos países asiáticos, assim como existe uma analogia evidente na forma de realização/direcção, entendi que havia lugar para “Besouro” neste espaço. Deixo ao julgamento do leitor a opção tomada.

Besouro 2

Besouro”

Sinopse

Recôncavo baiano, 1924. Os fazendeiros brancos exploram cruelmente os trabalhadores negros, apesar de a escravatura já ter sido abolida há anos. O rosto da defesa dos oprimidos é “Mestre Alípio” (Macalé), um reputado mestre de capoeira, que ensinou a arte a várias pessoas, incluindo uma criança apelidada de “Besouro”. Anos depois, o jovem dono da plantação da zona, “Coronel Venâncio” (Flávio Rocha), manda assassinar “Mestre Alípio”, de modo a dar um golpe mortal na rebelião.

Coronel Venâncio

Coronel Venâncio”

Contudo, e através do misticismo e do sobrenatural, “Mestre Alípio” incentiva o seu melhor capoeirista “Besouro” (Aílton Carmo) a continuar a luta. Dos cantos mais recônditos da floresta, o novo líder da rebelião emerge, e dotado de poderes conferidos pelos orixás, guardiões da natureza, causa sérios problemas aos opressores do seu povo.

Exu

Exu, um dos orixás que auxiliam Besouro”

“Review”

Do país irmão Brasil, chega-nos uma obra com honras de exibição no festival de Berlim (e mais alguns a nível internacional), que tenta elevar ao máximo um dos símbolos do imenso país, a arte marcial afro-brasileira conhecida por capoeira e um dos seus principais representantes, o capoeirista Manuel Henrique Pereira, mais conhecido por Besouro Mangangá, Besouro Cordão de Ouro ou simplesmente Besouro (para saber mais ir AQUI). Conta-se que Besouro era capaz de feitos incríveis e que a sua alcunha tinha nascido do insecto que tanto admirava, por ser negro e capaz de desafiar as leis da física. Provavelmente foi este aspecto que influenciou o facto de no filme, “Besouro” desafiar as leis da gravidade, à semelhança de muitos “wuxia” orientais e ter sido uma das produções mais despendiosas de sempre do cinema brasileiro.

Confesso que quando chegou ao meu conhecimento que o cinema brasileiro tinha dado à luz uma obra que versava sobre a sua arte marcial por excelência, e após ter visto o trailer, o meu interesse ficou desperto o suficiente para conferir este filme. Finalmente pude faze-lo, e na primeira oportunidade resolvi colocar aqui um texto, pois é raríssimo podermos assistir a uma película de artes marciais falada em língua portuguesa. João Daniel Tikhomiroff, segundo me constou, é um veterano na realização de anúncios comerciais para a televisão, embora tenha produzido alguns filmes para a grande tela. Com “Besouro”, o realizador oferece-nos uma longa-metragem que não tem tanto de acção como se esperava, mas que aposta igualmente nas maravilhosas paisagens da Baía e na mensagem que tenta passar, conducente ao anti-esclavagismo, evidenciada na luta dos trabalhadores negros contra os opressores fazendeiros brancos.

Um dos orixás

A beleza da natureza”

Efectivamente, é preciso confessar que “Besouro” tem alguns pontos fortes e carismáticos, que irão atrair o interesse do espectador. Para além da já aludida mensagem e dos bonitos cenários, é interessante a introdução de alguns aspectos sobrenaturais e de misticismo, ilustrados nos orixás (divindades guardiãs dos elementos da natureza), que servem de certa forma para explicar algumas das capacidades sobre-humanas do herói da película. Mas igualmente é preciso reconhecer, e aqui não acompanharei a maior parte das críticas elogiosas feitas ao filme, que “Besouro” tem os seus pontos fracos, e de alguma forma são determinantes para que o mesmo acabe por ser uma obra mediana.

O argumento padece bastante de algum aprofundamento e acaba por se tornar repetitivo. Tudo acontece depressa demais e por vezes sem uma explicação credível. Outro aspecto que me desiludiu de certa forma, passa pelo encadeamento da película, no que concerne às cenas de luta. No início, temos a promessa muito suculenta que estaremos perante uma longa-metragem onde a acção irá ditar a lei, sem esquecer os aspectos mais introspectivos, necessários para elaborar um filme de qualidade apreciável. No entanto, existem os altos e baixos e é necessário reconhecer que Tikhomiroff não soube conjugar muito bem os momentos mais movimentados com aqueles mais contemplativos. “Besouro” arranca a todo o gás, depois estagna de uma forma por vezes incongruente, e lá mais para o fim parece que “acorda” e aposta num epílogo que deixa margem talvez para uma sequela (e daí, talvez não). Os actores não possuem atributos representativos muito apreciáveis, embora se reconheça que do ponto de vista das cenas mais físicas, as coisas correm melhor, a que não será alheio o facto de alguns serem na realidade praticantes de capoeira.

É necessário esclarecer aos portugueses e outros europeus menos informados, que a cena brasileira não se limita às telenovelas. O seu espectro cinematográfico é bastante apreciável e tem-se internacionalizado cada vez mais, evidenciando obras de uma pujante grandeza, cujos exemplos mais conhecidos actualmente serão “Cidade de Deus” e “Tropa de Elite”, apenas para falar de alguns. “Besouro”, por sua vez, é um filme bem intencionado, mas não poderá aspirar a figurar num panteão que está reservado apenas para aquelas obras que atingem uma já dita boa qualidade em todos os aspectos. Quanto ao Olimpo da sétima-arte, esse estará a milhas intermináveis...

Valerá a pena visionar, principalmente pela curiosidade despertada e pouco mais.

Luta

Besouro enfrenta Coronel Venâncio e os seus apaniguados”

imdb 6 em 10 (280 votos) em 11 de Agosto de 2010

Outras críticas em português:

  1. Fred Burle no Cinema
  2. Diversitá
  3. no15
  4. Factóide!
  5. CinePop

Avaliação:

Entretenimento – 8

Interpretação – 7

Argumento – 6

Banda-sonora – 7

Guarda-roupa e adereços – 8

Emotividade – 7

Mérito artístico – 7

Gosto pessoal do “M.A.M.” – 7

Classificação final: 7,13